O presidente da Potássio do Brasil, Adriano Espeschit, afirmou, na terça-feira (21), em audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal, que a produção de fertilizantes é estratégica para a produção de alimentos e o combate a fome no país. A Comissão promoveu a audiência para ampliar o debate sobre a extração de potássio em Autazes, no Amazonas. O Projeto Potássio Autazes prevê a produção de 20% do potássio consumido no Brasil.
“Importante destacar que a cada cinco pratos de comida produzidos no mundo, um vem do Brasil”, disse Espeschit. O Projeto Autazes prevê a produção de 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio por ano, fertilizante fundamental para o agronegócio brasileiro. Hoje 98% do potássio consumido no Brasil é importado da Rússia e outros países.
A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, criticou duramente a resistência de alguns setores contra a produção de potássio no Brasil.
“Não dá para entender por que o Brasil não quer ter potássio próprio. Por que o Brasil não quer ter fósforo próprio? Por que o Brasil insiste nessa insegurança de ter essa dependência monumental? Se o Brasil tivesse, por exemplo, 30% ou 40% de suas necessidades de produção interna, poderíamos estar em uma discussão diferente. Será que nós não temos que produzir aqui? Cadê o bom senso? Cadê a nossa responsabilidade com o país na segurança alimentar?”, indagou a senadora.
O diretor-executivo do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert), Bernardo Silva, alertou sobre os riscos à soberania nacional, à segurança alimentar e ao desenvolvimento econômico do país. “Os Estados Unidos têm talvez a mesma dependência externa de potássio que o Brasil, mas eles têm um grande parceiro que supre quase a totalidade disso, que é o Canadá. Se olharmos para o Brasil, temos Rússia, Bielorrússia, Israel, e outros países envolvidos em riscos e conflitos globais sendo nossos principais fornecedores”, acrescentou o diretor-executivo.
O coordenador geral, eleito, do Conselho Indígena Mura (CIM), de Autazes, Kleber de Almeida Prado, destacou o apoio do povo indígena Mura ao Projeto Potássio Autazes e esclareceu o processo de aprovação do protocolo de consulta sobre a exploração de potássio e a aprovação posterior das 34 aldeias ao Projeto.
“Nos dias 21 e 22 de setembro, aprovamos o novo protocolo de consulta, chamado Trincheiras: Yandé Peara Mura, que ocorreu na aldeia Terra Preta da Josefa, onde sou Tuxaua, e onde tivemos 34 aldeias presentes. Nós somos guerreiros e precisamos de desenvolvimento para o nosso município, então, esse projeto só vem nos beneficiar”, afirmou Almeida Prado.
A audiência contou também com a participação do coordenador-geral das Indústrias Química e Petroquímica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Bruno Santos Abreu Caligaris, do diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Sousa, do ex-advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams, além dos senadores Jaime Bagattoli (PL-RO), Zequinha Marinho (Podemos-PA), Laércio Oliveira (PP-SE), Lucas Barreto (PSD-AP), Jorge Seif (PL-SC) e além de 33 senadores de diferentes blocos parlamentares que registram presença.
Potencial de Autazes
O município de Autazes, no Amazonas, detém uma das maiores reservas de potássio do mundo, com mais de 170 milhões de toneladas de cloreto de potássio, conforme aponta a pesquisa mineral realizada pela Potássio do Brasil. Essa reserva apresenta um potencial significativo de expansão, podendo atender até 50% do consumo brasileiro até o ano de 2030.
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TEXTO PRODUZIDO PELA POTÁSSIO DO BRASIL